Brasil corre o risco de ‘apagão’, caso governo e Congresso não aprovem ajustes de despesas, apontam especialistas
Ao mesmo tempo em que mostra resistência a cortar gastos, Congresso Nacional também pode onerar mais o consumidor ao elevar o custo da conta de luz. Pelos cálculos de entidades, a queda dos vetos do presidente Lula vai custar para os consumidores R$ 195 bi até 2050.
A derrubada de decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que aumentavam o IOF, imposto sobre empréstimos e operações de câmbio, pelo Congresso Nacional nesta quarta-feira (25), escancara a dificuldade do governo de emplacar um equilíbrio das contas públicas por meio da alta de tributos.
🔎 Analistas ouvidos pelo g1, contudo, são unânimes em dizer que o governo precisa reformar despesas obrigatórias para tentar manter previsibilidade sobre as contas públicas nos próximos anos e evitar um “apagão”.
🔎Essa mesma estratégia poderia ajudar a conter uma disparada da dívida pública — que teria o efeito de aumentar ainda mais a taxa de juros cobrada pelos bancos nas operações de crédito.
As propostas de cortes de gastos envolvem:
- vinculações de gastos previdenciários e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ao salário-mínimo;
- vinculação de saúde e educação ao crescimento das receitas;
- benefícios fiscais a segmentos e setores da sociedade;
- emendas parlamentares e
- aportes a empresas estatais.
Como antecipou o blog do jornalista Valdo Cruz, o relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, divulgado nesta terça-feira (24), também mostrou que só reformas estruturais salvam o Brasil de enfrentar uma grave crise fiscal em 2027 e um 2026 no mínimo desafiador, cumprindo a meta fiscal deste ano batendo na trave.